A difícil arte de escolher um perfume
Bom, escolher perfume não é fácil. Ainda mais nessa época em que até perfume sai de linha, então você escolhe hoje sabendo que não é uma escolha definitiva. E como determinar seu gosto? Mais adocicado? Como pode um perfume ser doce? Pois é... Descobri recentemente que meu gosto para perfumes é floral. Não é cítrico, nem madeirado, nem doce, é floral, kkkk... Na loja de perfumes que me descobri, com uma boa atendente. Ela me perguntou qual perfume eu gostava, mas como ele já saíra de linha, mostrou outros do mesmo tipo, com características semelhantes. Com uma boa vendedora, que entende do produto, tudo fica mais fácil... assim, sabendo apenas um perfume que você gosta (muito) metade do problema já foi resolvido, A partir daí é só escolher o novo amor.
Contudo, há ainda quem use mais de um perfume, por exemplo: um para o dia-a-dia, outro para festas, outro para romance... eu particularmente não gosto de ficar trocando de perfume, mas também não vou ficar esperando um acabar para usar o outro, então decidi que vou escolher por estação, separando entre outono, inverno, primavera e verão. Agora, inverno, estou usando esse:
Envy, da Gucci: "Floral verde, para a mulher elegante, sensual e fascinante. Suas notas combinam flores brancas, jacinto, lírio-do-vale, magnólia, jasmim, violeta, íris e almíscar". Ao escolher para essa estação senti o perfume e lembrei de folhas, mas só agora vi a descrição "floral verde" e tenho que admitir que é isso mesmo. Coisa difícil é descrever um perfume e achei fantástica a sensibilidade que encontrei aqui:
"Em 1997, Gucci e seu perfumista, Maurice Roucel, passaram à frente das outras maisons - e de todos os outros concorrentes - com esta fragrância, tão maravilhosamente estranha quanto estranhamente maravilhosa. Primeiro, esqueça qualquer referência à natureza. É interessante como é mais difícil descrever um bom perfume do que um perfume ruim, mas não é de surpreender: isto acontece, em boa medida, porque quase sempre os bons incorporam a originalidade, e esta é, por definição, uma qualidade que desafia a descrição.
Ao buscar consistentemente evitar referências, o romancista se esquiva dos adjetivos. Envy é "verde", mas somente no sentido mais abstrato da palavra; não é um pedaço de uma muda de bétula, mas uma foto digital da mesma. Ele é "limpo" se pensarmos no oposto do odor animalesco de axilas da escola francesa de perfumaria do início do século 20. Ele é "moderno", uma ainda mais abstrata descrição de odor, pois ele não é nem "clássico" (se pensarmos na escola padrão francesa do floral feminino do meio do século 20, como l´Air du Temps), nem "antigo", que é o mesmo que dizer "perfumoso", o próprio termo significando coloquialmente "velha senhora" (para usar o termo da indústria, "aldeídico" - pesado/que remete a talco). E ele é "fresco", mas de maneira alguma no sentido do padrão da escola higiênica americana do final do século 20.
Então o que ele é? Envy é uma inovação verde, fresca, moderna e abstrata, tão enigmático e ao mesmo tempo irresistível quanto os quadrados coloridos e flutuantes de um quadro de Mark Rothko e tão livre quanto informação consciente. Pode ou não ser atemporal. Veremos. Mas é tão singular e indescritível quanto um eclipse." Fonte
Agora o mais curioso: ganhei esse perfume do meu marido e ele acertou em cheio! Disse a ele gosto de perfume floral e ele, usando essa informação, conseguiu escolher perfeitamente algo do meu gosto e do dele também. Indico muito: é super forte/concentrado, então uma gotinha te deixa perfumada o dia todo. O vidro vai durar bastante.
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